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O ESTADO DAS COISAS

“Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece são os propósitos de Deus.” (Salomão. Provérbios 19:21).

                                                        Por Isaac Carreiro Filho

Peço licença aos leitores para apresentar opiniões bastante contundentes a respeito do estado das coisas que vêm ocorrendo neste Brasil varonil, percorrendo um pouco nas entranhas dos problemas nacionais.

Não sendo muralista (aquele ou aquela que fica em cima do muro para se dar bem), apresento propositalmente algumas desconstruções, num novo Brasil modificado pela Lava Jato, onde grande parte da população acordou para o fato de que é ela quem realmente paga tudo, para que o leitor forme o seu próprio juízo de valor e acenda o debate para encontrar soluções plausíveis e não somente criticar.

“É devagar!

É devagar!

É devagar, é devagar

Devagarinho...”

Se no samba de Martinho da Vila pode-se chegar ao sucesso desta maneira, os periódicos aumentos de preços dos combustíveis no Brasil dificultam a vida dos consumidores em geral, caminhoneiros, petroleiros e de todos os envolvidos com as atividades infra estruturais ou não: metroviários, hidroviários, aeroviários...

Por falar em caminhoneiros, aqueles que levam e trazem produtos no modal rodoviário do Brasil, com trechos muitas vezes precários, com cobrança de pedágios que encarecem o frete, realizaram recentemente uma greve que paralisou praticamente todo o país, com falta de combustíveis e produtos como remédios e alimentos.

Além do pedágio, a política de reajustes de preços dos combustíveis praticados pela PETROBRÁS e distribuidores para agradar acionistas, investidores e cobrir os rombos deixados pelos governos anteriores, numa pretensa estratégia de recuperação da empresa. Sobre a política de preços, sugere-se uma consulta pública com consumidores, setor de combustíveis e a própria PETROBRÁS.

Não se deve prejudicar os acionistas e investidores, por outro lado o reajuste constante prejudica as pessoas e as empresas, dificultando o planejamento de despesas. Muitos culpados, propineiros, corruptos, corruptores e laranjas andam soltos por aí, com as malas cheias de dinheiro e ricas propriedades, rindo da situação.

Esta crise já estava anunciada há mais de um ano, tendo a participação de outros atores como sindicatos e movimentos, visando desestabilizar o governo que aí está,  trazendo o caos social ao país. Não foram poucos os avisos na Internet de que a população deveria estocar alimentos e outros gêneros de primeira necessidade como se fosse enfrentar um apocalipse iminente.

Ficou claro que os sindicatos estavam querendo incutir nazistamente no povo a ideia de que somente os que compartilham de suas ideologias espúrias pudessem governar o país, num projeto de perpetuação no poder. O povo está sendo enganado há trinta e dois anos em mãos erradas, por oligarquias políticas que usam o governo para prejudicar o próprio país, pelo jogo de interesse, e soberba por dinheiro.

Por outro lado, outros movimentos intervencionistas aproveitaram para levantar a sua bandeira, apoiando incondicionalmente a paralização dos caminhoneiros. Outros grupos infiltrados, políticos por natureza, fizeram uso dos bastidores para se promoverem e atacarem as nossas Forças Armadas.

A sociedade, cansada de pagar tantos impostos, taxas e tributos adotados pelo governo que aí está, descobriu uma categoria que pudesse encarnar a sua insatisfação adormecida. O povo entende concorda com o direito de greve – quem está em desacordo com algo deve correr atrás dos seus direitos -, no entanto todos devem atentar para os seus limites, pois a população brasileira não é idiota. O direito de uns termina onde começam os direitos de outros.

Veículos que transportam produtos perecíveis, animais vivos, cargas perigosas e afins não deveriam ser parados. Os caminhoneiros e colaboradores mostraram que foi possível fazer uma greve capaz de paralizr a nação, no entanto com responsabilidade. Não há dúvidas de quem pagará a conta com os prejuízos causados no período, tanto que os preços ainda não voltaram ao nível normal.

Observaram-se algumas manifestações desorganizadas por parte da população que pegou carona para reivindicar também. Alguns caminhoneiros permaneceram à beira das estradas bebendo e atrapalhando a passagem dos outros veículos, com garrafas de bebidas e discursos de ódio gratuito. Atitude perigosa e inaceitável.

Se o problema é a dificuldade de aquisição de caminhões e outros veículos usados pelos caminhoneiros, poderiam ser adotadas medidas para que os mesmos pudessem adquirir novos veículos, renovando a frota. Se o problema é o preço do frete, a negociação. Se o problema é o preço do diesel, negociação, redução de impostos ou aumento de subsídios. O que se quer são os preços mais justos dos combustíveis, pois “a usura desta gente já virou um aleijão”. (Gilberto Gil).

O governo, nu, fraco e cambaleante, montou um gabinete de crise, como se não soubesse com antecedência do que estaria por vir e topou esperar para ver no que daria. Ao invés de tomar medidas proativas, preferiu tomar medidas reativas, nem sempre as mais adequadas. Ademais, os três poderes no Brasil surpreendem todos os dias com uma burrice nova, com decisões muitas vezes equivocadas.

Muito se tem falado da carência de empolgação do povo brasileiro para esta copa do mundo na Rússia. Ocorre que uns pensam, equivocadamente, que torcer pela seleção brasileira é torcer pelo político da vez e que o governo colheria os frutos de eventual conquista no certame. Outros são torcedores do contra pelo mesmo motivo.

Outros encaram o futebol apenas como diversão, não achando importância alguma, porque o resultado não faria diferença na vida das pessoas, a não ser no bolso dos cartolas, jogadores e patrocinadores.

Ainda há outros que se manifestam patrioticamente somente nesta ocasião, lembrando os símbolos nacionais como a Bandeira Nacional, murmurando e sussurrando partes incompreensíveis do Hino Nacional brasileiro.

Este estado de coisas é mais uma confusão do que esclarecimento no imaginário das pessoas. Já que o país tem time representativo, temos uma bandeira verde, amarela, branca e azul de anil e um belo Hino Nacional desta pátria inculta e bela, vamos continuar sendo bons patriotas e torcer pelo êxito do país em todos os campos do poder nacional, esquecendo-se momentaneamente de eventuais divergências internas.

De qualquer forma, ganhando ou perdendo, como no jogo da vida, somos todos brasileiros, patriotas e temos o dever de manifestar o agradecimento e prestar um tributo à pátria inesquecível onde nascemos, crescemos e morreremos. O que o grande público deve ter em mente é que não pode se deixar envolver somente pelo pão e circo, que alguns querem impor sorrateiramente ao povo brasileiro, ao não se atacar o que realmente interessa: não queremos esmola, queremos futuro.

Não se consegue entender a insistência na judicialização do legislativo e executivo e na ingerência legislativa e executiva do judiciário. A própria suprema corte do país atualmente possui duas turmas com decisões bem opostas, notadamente a segunda turma libertadora, composta pelos juízes: Celso de Mello (indicado por José Sarney), Gilmar Mendes (FHC), Marco Aurélio Mello (F. Collor), Dias Tofoli e Lewandowsi (Lula).

A tentativa de limpar este país pelo voto é válida, mas existem os velhos caciques e figurinhas carimbadas dos partidos políticos e sem o voto impresso, fica difícil, somada à terrível desconfiança de urnas fraudáveis, num país onde predomina a bandidolatria e o democídio em todos os níveis. O parlamento, o executivo e o judiciário precisam de uma bela faxina, os poderes não estão sendo nem harmônicos nem independentes.

Não foram grandes as obras realizadas pela esquerda no Brasil do porte das realizadas nos governos militares. A duvidosa aplicação de recursos em outros países, nem sempre democráticos, o excesso de ideologização, imposição de usos e costumes estranhos aos anseios e aspirações nacionais, a disseminação do ódio, insistindo colocar uns contra os outros, a reiterada mentira, a ideia de perpetuação no poder, com o consequente desvio dos objetivos de campanha, deu no que deu.

Chegou-se ao ponto do maior esquema de corrupção mundial que se tem notícia. Gastamos mais de 400 bilhões com os ministérios, outros 180 bilhões de prejuízos com as empresas públicas, desvio de 2,5 bilhões na merenda escolar...

O que fazer para mudar o país para melhor? Além da continuidade da intensificação do combate à corrupção em todos os níveis, sugere-se: a indicação de pessoas qualificadas para as diferentes funções, por mérito, onde prevaleça o critério técnico e não o político; redução drástica do número de ministérios; redução do número de estatais por meio de privatizações modeladas e bem estruturadas; adoção de um discurso municipalista, com descentralização dos recursos para as prefeituras, onde vive o cidadão que pode fiscalizar e cobrar diretamente das autoridades; reforma gradual da previdência, após ampla discussão e negociação do tema; manter a calma e a tranquilidade na resolução de problemas, crises e conflitos; desenvolver a competência social na área do patriotismo, do civismo e do nacionalismo; priorizar a educação como indutora da segurança e do desenvolvimento nacionais.

Aproveitando este espaço, gostaria de citar nove hábitos das pessoas bem-sucedidas: “ler diariamente, elogiar o próximo, abraçar a mudança, saber perdoar, debater ideias, aprender constantemente, aceitar responsabilidades, possuir senso de gratidão, ter um objetivo”. Acrescentaria um décimo que é cumprimentar as pessoas.

Depois de tanta propagação da mentira, há aqueles que, sentindo que estão perdendo terreno e credibilidade, querem acabar, covardemente, com a liberdade de expressão, doentes em levantar a possibilidade da disseminação de fake news, isto é, notícias falsas, em quaisquer opiniões divergentes, notadamente pelas redes sociais.

No entanto, grande parte dos internautas é uma parcela esclarecida da população e saberá, na hora certa, distinguir o joio do trigo. Espera-se que os verdadeiros internautas unidos, de todas as idades e classes sociais, sem qualquer distinção de cor, raça, credo, religião ou opção sexual, jamais serão vencidos. O bem maior certamente prevalecerá diante deste estado das coisas.

Lembre-se: “O preço da liberdade é a eterna vigilância.” (Thomas Jefferson).

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